Aquilo que escrevo é. Escrevo o que sinto, ou sinto o que escrevo?
Tudo o que escrevo, escrevo o que penso, o que sinto, o que vivo, o que sonho, tudo o que me vai e vem na alma. Por vezes a escrita é o silêncio das minhas palavras não faladas, mas inteiramente sentidas. Sonhos meus em silêncio, sonhos meus não concretizados, traduzidos por palavras de linguagem poética de sentimentos e de uma sensibilidade saudosa e silenciosa, que este sonho dito em palavras silenciosas não é sonho, é a realidade.
Palavras não ditas, palavras guardadas, acabam por ser uma dor interna que pode doer mais do que qualquer ferida aberta.
Palavras escritas invadem a alma, acalmam o coração e são um alívio das dores internas. São como um medicamento ou analgésico capaz de reduzir, ou aliviar-nos dessa dor. Palavras escritas podem não curar totalmente, mas aliviam e amenizam a dor e a ferida das palavras não ditas, das palavras guardadas.
Os meus escritos são feitos de sonhos, de felicidade, de amor, de desejos, de desejos silenciosos, silenciosas saudades e de palavras sem dor. As minhas palavras são escritos de uma vida fraseada, de momentos, impulsos, experiências sentidas, vividas, sonhadas ou imaginadas.
As palavras descrevem por vezes tudo aquilo que não dizemos em palavras, quando não se tem a coragem para assumir o que sentimos! Através de personagens idealizadas, consigo dizer tudo o que me vai na alma. Afinal também sou um ser humano, talvez mais sensível que muitos outros e mais tímido e fechado, mas não é por isso que deixo de ser menos humano que outros.
Assim sou eu. Não sou perfeito, nem quero ser. A perfeição tira-me o brilho, a cor e o sabor à vida. Tira-me a essência, a pureza da minha pessoa e a energia de seguir sempre em frente.
Nesta vida apenas quero uma coisa.
Quero apenas ser feliz e feliz com aquilo que escrevo.
