Eu ouço-te. De alguma forma ouço-te no silêncio das palavras que não me dizes. De alguma forma sinto o teu calor na escuridão fria do dia. Será que me consegues ouvir? Há tanto ruído nos meus gestos, tanta brusquidão no meu silêncio. Mas ouve-me, ouve-me mesmo quando as palavras mortas apenas esvoaçam. Ouve-me se eu me calar. Ouve-me se tiver a língua presa. Deixa-me ser o teu abrigo e tu o meu.
Muitas coisas não merecem ser ditas e muitas pessoas não merecem que as outras coisas lhe sejam ditas: o resultado é muito silêncio.
Este texto foi retirado do livro “Amores Clandestinos”
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