Escreve, poeta, sobre o meu corpo,
usa a minha pele
como folha de papel.
Escreve versos nesta folha vazia,
enche o meu corpo
da tua doce poesia,
que me aquecerá quando estiver sozinha,
na noite fria.
Escreve o teu poema
como se eu fosse o tema
da tua emoção.
Ouve a minha respiração
e deixa-te embalar
pelo bater do meu coração.
Sentir-te-ei como uma pena
a deslizar sobre mim,
divindade terrena
que me fará suspirar, por fim.
Escreve-me…
Deixa no meu leito as tuas letras,
o teu sentir,
como a flor que agora nasceu
e já está prestes a florir.
Sou a nascente que sacia a tua sede
e de mim brota a água
que tanto anseias beber,
com a sensualidade
que guardo para te receber.
Sou o mel que torna doces os teus lábios
que depois declamarão todas as palavras,
todos os versos
e todas as poesias.
Vem perder-te em mim
e em mim encontrarás
a tua inspiração.
Escreve-me…
E beija cada palavra
desenhada na minha pele.
Célia Evaristo
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(Imagem retirada da internet)
