Literatura

As linhas que nos unem


Aquilo que nos une

não tem cor,

não se pode tocar.

Dizem que se chama amor

e que se sente no olhar.

Sei que há algo que nos liga,

que não consigo alcançar,

como as ondas do oceano

que depressa se afastam do mar.

Nem o vento,

a chuva ou as marés

conseguem levar-te para longe

neste momento

e até o tempo é conivente,

ao manter-te presente.

Há linhas que nos abraçam,

que não nos deixam sair.

São linhas que por nós passam

e nos fazem sentir.

E esta linha que eu não vejo,

nem quero encontrar,

mas que sinto quando te beijo,

faz-me ficar.

Peço aos anjos com a minha voz

que eternizem cada momento,

e que nem o tempo

seja capaz de desatar os nossos nós.

As nossas almas estão unidas,

não se conseguem separar,

tal como as ondas que vemos

pertencem todas ao mar.

No dia em que te entreguei

o meu coração,

expulsei a razão,

foi para longe,

nunca mais a vi.

Falou então a emoção,

deliciada com o teu ser

e contra tudo e todos,

acabei por me perder.

Perdi-me em ti

quando, ao mesmo tempo,

te perdeste em mim.

E os poemas que escrevi

nessas linhas que não vejo,

foram declamados ao luar

a cada querer,

a cada beijo.

Lábios que se tocam

sem se quererem largar,

são linhas que nos unem,

é conjugar o verbo amar.

Célia Evaristo

Todos os direitos reservados

https://www.facebook.com/celiamsevaristo.escritora

(Imagem retirada da internet)

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