Ai, quem me dera,
Primavera!
Ter-te sempre à minha janela
e ver-te chegar,
e o teu perfume no ar.
Poder abraçar-te com ternura,
eternizar o momento.
Ser teu no desejo e na loucura,
voar contigo nas asas do vento.
Ai, quem me dera,
Primavera!
Ver as andorinhas
a esvoaçarem para os ninhos.
Ver as crias famintas
e nós os dois sozinhos.
Quem me dera, Primavera,
ser as árvores a florir
e na tua face rosada
ver-te simplesmente sorrir.
Ai, quem me dera,
Primavera!
De mãos dadas irmos à aventura,
cantando trovas ao luar.
E com a maresia
ver-te tão linda a dançar.
Quem me dera, Primavera,
poder abraçar-te no verão
e também no outono e no inverno,
estares sempre no meu coração.
Ai, quem me dera,
Primavera!
Ser cada pingo de chuva
no teu sonho desmedido.
Ser o fruto doce que vai nascendo
nos campos a teu pedido.
Ser o Sol que te acompanha
e te beija de madrugada.
Ser o teu príncipe perfeito
e tu a sempre minha amada.
Ai, quem me dera,
Primavera!
Quem me dera!
Célia Evaristo
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