Literatura

Encontro


Nasce um novo dia.

Com os pés descalços,

na areia da praia,

ando em busca de segredos

que depois devolvo ao mar.

Ouço o som das ondas

a rebentarem nos rochedos

e outros enredos que encontro por aí.

Há vários sons no ar:

ouço as gaivotas a grasnar,

ouço cães a ladrar.

Faço descobertas,

vejo portas abertas,

muito incertas,

e atrevo-me a entrar.

Sinto receio

que seja uma armadilha

e que o cão mais feroz da matilha

me ataque.

Mas acabo por entrar

naquela porta escancarada,

onde não vejo quase nada,

e sinto o teu perfume.

De repente, sinto os teus braços

a percorrerem-me o corpo,

a envolverem-me em longos abraços.

Fecho os olhos e procuro os teus lábios

que logo vão ao meu encontro

num longo e demorado beijo.

Deixo-me estar,

fico inerte perante a tua presença.

Não quero ir,

não quero sair,

não quero fugir,

só quero ficar.

Saboreio cada instante,

cada segundo deste tempo,

cada onda deste mar.

Entrego-me a ti,

entrego-me ao nosso amor.

Célia Evaristo

Todos os direitos reservados

https://www.facebook.com/celiamsevaristo.escritora

(Imagem retirada da internet)

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