Nasce um novo dia.
Com os pés descalços,
na areia da praia,
que depois devolvo ao mar.
Ouço o som das ondas
a rebentarem nos rochedos
e outros enredos que encontro por aí.
Há vários sons no ar:
ouço as gaivotas a grasnar,
ouço cães a ladrar.
Faço descobertas,
vejo portas abertas,
muito incertas,
e atrevo-me a entrar.
Sinto receio
que seja uma armadilha
e que o cão mais feroz da matilha
me ataque.
Mas acabo por entrar
naquela porta escancarada,
onde não vejo quase nada,
e sinto o teu perfume.
De repente, sinto os teus braços
a percorrerem-me o corpo,
a envolverem-me em longos abraços.
Fecho os olhos e procuro os teus lábios
que logo vão ao meu encontro
num longo e demorado beijo.
Deixo-me estar,
fico inerte perante a tua presença.
Não quero ir,
não quero sair,
não quero fugir,
só quero ficar.
Saboreio cada instante,
cada segundo deste tempo,
cada onda deste mar.
Entrego-me a ti,
entrego-me ao nosso amor.
Célia Evaristo
Todos os direitos reservados
https://www.facebook.com/celiamsevaristo.escritora
(Imagem retirada da internet)
